O Início, O Fim e O Meio
Sinto que se aproxima, aos poucos e progressivamente.
Me deseja, e sabemos disso!
Pouco falante, fixa-me com seu olhar de fome.
Sei que deseja a intimidade deste homem a quem fita.
Velha companheira dos experimentados,
Agora, apenas, senhora... Minha senhora!
Maturidade, eis o nome dela.
Prima distante da Sabedoria, e dela as vezes inimiga.
Sorrateira, afugenta minha libertária rebeldia de menino,
Indicando-me limites nunca antes vistos.
Já na intimidade, pretende apresentar-me a finitude.
Resisto, reflito e então permito-me...
Em pouco tempo entendo,
Há neste anunciado perecimento significado e tanto.
Desvendado, dissipa o medo e nos revela sua área de atuação, sua jurisdição.
E assim, nos liberta!
Pois bem sabemos,
Fora dos limites do corpo, que curva-se ante as leis da natureza,
Não há degeneração, muito menos fim.
Exemplo disso: o pensamento!!
Imperecível e indelével em si mesmo.
Revelando-se soberanamente imortal.
Portanto, podemos reeditar nossa existência,
A cada dia e para sempre...
Para então libertos dos limites, proclamarmos: o início, o fim e o meio.
Eis a imortalidade na maturidade!
Fabio Carvalho Gonçalves
Enviado por Fabio Carvalho Gonçalves em 28/04/2019
Alterado em 06/02/2021